Pernambuco registra primeiro caso de raiva humana em oito anos; mulher foi mordida por sagui
A paciente foi atacada por um sagui em Santa Maria do Cambucá, no Agreste, e teve o diagnóstico confirmado após exame realizado pelo Instituto Pasteur.
Foto: thiago japyassu/Pexels
Uma mulher de 56 anos foi diagnosticada com raiva humana após ser atacada por um sagui em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco. O caso, confirmado nesta quarta-feira (8), é o primeiro no estado desde 2017. A paciente está internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife.
A mulher apresentou lesão na mão após o ataque, ocorrido em 28 de novembro. No dia 31 de dezembro, deu entrada no hospital com dormência, dores e fraqueza. Exames confirmaram a presença do vírus da raiva, que tem origem silvestre.
Segundo a médica Ana Flávia Campos, a paciente está em estado grave. Ela foi atendida no dia 31 de dezembro e apresentou uma piora no dia 2 de janeiro, precisando ser colocada em ventilação mecânica devido a um quadro neurológico grave com agitação e insuficiência respiratória. Desde então, permanece sob sedação profunda, sem sinais de infecção bacteriana secundária, mas segue sendo monitorada por possíveis complicações.
De acordo com o diretor de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra, queimadas na região podem ter levado o sagui a sair da mata e interagir com a mulher. "Esses animais silvestres podem se aproximar de áreas urbanas devido a fatores como queimadas", explicou em entrevista ao g1. O sagui, considerado carismático, pode atrair pessoas, mas o contato deve ser evitado.
A paciente procurou atendimento médico logo após o ataque e foi orientada a iniciar o tratamento profilático com soro e vacina, mas não retornou para completar o esquema. Sem o tratamento, a doença evoluiu, resultando no quadro atual.
O que é a raiva?
A raiva é causada pelo vírus Lyssavirus e tem taxa de letalidade de 100%. A doença é transmitida por mordidas, arranhões ou contato com a saliva de animais infectados. Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana, segundo o Ministério da Saúde. A maior parte foi causada por morcegos (24 casos), seguida de cães (9) e primatas não humanos (6).
Os sintomas incluem mal-estar, febre, dor de cabeça, fraqueza e irritabilidade. Após a manifestação, a evolução é rápida e geralmente fatal. A prevenção é feita por meio da vacinação de animais domésticos e do tratamento profilático em casos de contato com animais suspeitos.
Em Pernambuco, a última cura de raiva humana foi registrada em 2009. Um adolescente mordido por um morcego recebeu tratamento no HUOC e sobreviveu.
Orientações à população
Em casos de ataques de animais silvestres, procure imediatamente atendimento médico. O tratamento inclui a administração de soro e vacina para prevenir o avanço da doença.
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