Pernambuco declara emergência em 118 municípios devido à seca
Estado adota medidas para minimizar os impactos da estiagem prolongada e garantir abastecimento de água
Foto: Yacy Ribeiro/Compesa
O Governo de Pernambuco decretou situação de emergência em 118 municípios do estado por causa da escassez de chuvas e da estiagem prolongada. O decreto número 58.012, assinado pela governadora Raquel Lyra, foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (21). A medida tem como objetivo reduzir os impactos da seca nos reservatórios e no abastecimento de água. Em dezembro de 2024, 94 municípios já haviam sido colocados em estado de alerta.
"Nossas equipes estão em alerta desde o primeiro dia dessa crise para mitigar os efeitos desta seca, que atinge grande parte dos nossos municípios. É um momento muito crítico, de estiagem severa, e com esse decreto poderemos agilizar ainda mais as medidas de socorro à população, principalmente da Região Metropolitana e do Agreste", afirmou a governadora Raquel Lyra. A validade da medida é de 180 dias.
O decreto é dividido em duas partes. A primeira reconhece os decretos municipais vigentes para as zonas rurais. A segunda declara a situação de emergência nas zonas urbanas das cidades listadas. Em 26 municípios, ambas as áreas foram contempladas.
O Estado já realiza ações emergenciais por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento, Compesa, Apac e Defesa Civil. As atividades incluem monitoramento dos reservatórios, previsões climáticas e planejamento de assistência.
O secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, destacou a importância da gestão da água e da execução de obras emergenciais. "Essa contingência requer a adoção de medidas que possibilitem que o Estado faça uma melhor gestão das águas disponíveis e, na medida do possível, avance na execução de serviços e obras que possam aliviar o processo de desabastecimento. Nossa expectativa é que tais medidas ajudem a agilizar os processos de execução dos serviços e obras. Além disso, as grandes obras que trazem água de longa distância, como do Rio São Francisco ou da Mata Sul para o Agreste, estão progressivamente chegando às cidades e ao longo deste ano vão trazer grandes benefícios para minimizar os impactos das estiagens prolongadas", afirmou o secretário.
O presidente da Compesa, Alex Campos, disse que a companhia adota medidas para administrar os mananciais. "O momento exige compartilhamento de esforços, não apenas da Compesa, que vem adotando medidas de contingenciamento hídrico e execução de ações emergenciais que garantam a continuidade da distribuição de água até a recuperação dos níveis das barragens, esperada para o período do inverno, mas também pelo envolvimento da sociedade na questão do uso racional da água", declarou.
A gestão estadual prioriza o monitoramento dos reservatórios. A barragem de Goitá está com 4,6% da capacidade. As barragens de Bita e Utinga têm 19% e 9,7%, respectivamente. No Agreste, a barragem de Jucazinho está com 5,8% de sua capacidade.
A Apac informa que Pernambuco enfrenta seca de moderada a grave em grande parte do território. A previsão para o primeiro trimestre de 2025 indica chuvas abaixo da média, com pancadas isoladas no Sertão e períodos secos nas demais regiões. "Será um trimestre considerado seco para a Região Metropolitana, Zona da Mata e Agreste, enquanto que no Sertão, onde seria a estação chuvosa, poderão ocorrer pancadas de chuvas isoladas de intensidade moderada a forte, porém concentradas em poucos dias, seguidos de períodos com dias secos", explicou a diretora da Apac, Crystianne Rosal.
O secretário executivo de Proteção e Defesa Civil, coronel Clóvis Ramalho, afirmou: "Estamos adotando medidas prioritárias e urgentes ao enfrentamento do desastre, ampliando a cooperação e articulação com os órgãos municipais, estaduais e federais ao enfrentamento dos efeitos adversos".
Infraestruturas para atender à população rural estão sendo reforçadas. Desde janeiro de 2023, foram entregues 20 sistemas simplificados de abastecimento em diversas regiões, com investimento de R$ 31,7 milhões. Além disso, 300 dessalinizadores foram instalados ou recuperados, e está prevista a implantação de mais 400 equipamentos e 600 poços em 2025.
Confira a lista de municípios incluídos no decreto nas zonas rural e urbana:
Zona Rural
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