
Renegociação com estados pode ter impacto de R$ 106 bi no pior cenário
No melhor cenário, União arrecadaria R$ 5,5 bi até 2029

Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
Sancionado na última semana, o programa especial de renegociação da dívida dos estados gerará, no pior cenário, impacto negativo de até R$ 105,9 bilhões de 2025 a 2029 para a dívida do governo federal. No melhor cenário, a União arrecadará até R$ 5,5 bilhões no mesmo período.
No cenário negativo, o Tesouro considera que os estados não transferirão ativos (como empresas estatais locais) para a União e o saldo devedor seja corrigido por juros reais (acima da inflação) de 2% ao ano.
No cenário mais favorável, além da transferência de ativos à União, prevista no programa especial, os estados poderão amortizar a dívida nos cinco primeiros anos. Nesse caso, o Tesouro considerou que o saldo devedor poderá ser reduzido em até 20% com juros reais de 0%. Para que o impacto seja positivo, os estados deverão transferir mais que R$ 160 bilhões em ativos ao governo federal, hipótese considerada otimista pelo Tesouro.
Os dois cenários, admitiu o Tesouro em nota técnica, são extremos. Na prática, os estados devem optar por diversas combinações entre as possibilidades oferecidas pelo Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), o que torna inviável o cálculo de todas as situações possíveis.
“Para os estados que aderirem ao programa, há vantagens substanciais ao reduzir os fluxos de pagamentos e equilibrar suas contas públicas no médio e no longo prazo. Além dos ganhos mencionados, há vantagens diretas para a sociedade, no que diz respeito à criação de novos investimentos em áreas essenciais, como ensino profissionalizante articulado ao ensino médio, saneamento, habitação, políticas ambientais, transporte e segurança pública”, destacou o Tesouro no documento.
Dívida pública
Em todos os casos, esclarece o Tesouro, não haverá impacto sobre as metas de resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública). O impacto sobre as contas da União será financeiro, com efeitos na dívida pública e sem interferência nos Orçamentos anuais do governo.
Ao sancionar a lei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou medidas que poderiam gerar impactos sobre o resultado primário. No entanto, governadores de oposição pressionam para a derrubada dos vetos no Congresso, que requer votos de pelo menos dois terços dos deputados e dos senadores.
Propag
Os estados têm até 31 de dezembro para aderir ao Propag. A lei permite que os entes paguem esses débitos em até 30 anos e com juros de 0% a 2% ao ano acima da inflação. A dívida poderá ser parcialmente abatida conforme a entrega de ativos ao governo federal, compromissos com investimentos assumidos e aportes no Fundo de Equalização Federativa, por meio do qual os estados em situação fiscal ruim compensarão os estados com boa situação fiscal.
No ano passado, o governo tinha proposto que os estados que investissem em educação pagassem menos juros. O Congresso abandonou a proposta e votou o projeto de Pacheco, que permite que os estados que aderirem ao Propag deem prioridade a investimentos em educação, saneamento, infraestrutura e segurança com o dinheiro que economizarão no pagamento de juros.
Por Agência Brasil
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 25/04/2025
INSS: aposentado não precisa pedir exclusão de desconto indevido
Governo suspendeu todos os descontos mensais feitos por associações
- Por REDAÇÃO
- 25/04/2025
Google reexibe conversor de real para outras moedas após quatro meses
Ferramenta foi suspensa em dezembro com divulgação de cotação errada
- Por REDAÇÃO
- 25/04/2025
Conselho Monetário aprova moeda dos 60 anos do Banco Central
Com valor de R$ 1, moeda circulará livremente na economia
- Por REDAÇÃO
- 24/04/2025
Mercado reage positivamente após fala de Trump e Bolsa alcança maior patamar em semanas
Dólar recua para R$ 5,71 após atingir mínima de R$ 5,65 no início do dia
- Por REDAÇÃO
- 24/04/2025
Receita Federal inicia consulta a lote da malha fina do IR
Cerca de 279,5 mil contribuintes receberão R$ 339,63 milhões
- Por REDAÇÃO
- 24/04/2025
Aposentados e pensionistas começam a receber antecipação do 13º
Pagamento da primeira parcela vai até 8 de maio