Poupança tem retirada líquida de R$ 35,5 bi em 2021
Em dezembro, depósitos superaram saques em R$ 7,66 bi
Foto: Agência Brasil
Por Agência Brasil:
Pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros, a caderneta de poupança registrou, em 2021, a terceira maior retirada líquida da história. No ano passado, os investidores sacaram R$ 35,5 bilhões a mais do que depositaram, informou hoje (6) o Banco Central (BC).

A retirada líquida – diferença entre saques e depósitos – só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões). Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.
Em 2020, a caderneta tinha registrado capitação líquida – diferença entre depósitos e retiradas – recorde de R$ 166,31 bilhões. No ano retrasado, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, depositado em contas poupança digitais, inflou o saldo da poupança. A instabilidade no mercado financeiro no início da pandemia de covid-19 também aumentou temporariamente as aplicações na caderneta.
Apesar do resultado negativo no ano, em dezembro, os brasileiros depositaram R$ 7,66 bilhões a mais do que sacaram da poupança. O valor é 62,8% menor que a captação líquida de R$ 20,6 bilhões registrada em dezembro de 2020. Tradicionalmente, os brasileiros depositam mais na caderneta em dezembro, por causa do pagamento da segunda metade do décimo terceiro salário.
A aplicação começou 2021 no vermelho. De janeiro a março, os brasileiros retiraram R$ 27,54 bilhões a mais do que depositaram, influenciado pelo fim do auxílio emergencial. Com o pagamento da segunda rodada do benefício, a situação mudou. Os depósitos superaram os saques de abril a julho.
A partir de agosto, a caderneta voltou a registrar mais retiradas que depósitos. Mesmo com a continuidade do pagamento do auxílio emergencial até outubro, os brasileiros continuaram a sacar. O rendimento abaixo da inflação acarretou a migração para outras aplicações. Ao mesmo tempo, a alta do endividamento das famílias levou a saques para compensar despesas urgentes.
Rendimento
Até o início de dezembro, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). No mês passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25% ao ano.
O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação. Em 2021, a aplicação rendeu 2,99%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 10,42%. O IPCA cheio de 2020 será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 13/11/2025
BB tem lucro de R$ 3,78 bi no terceiro trimestre, queda de 60,2%
Novas regras contábeis e inadimplência no agronegócio pesaram
- Por REDAÇÃO
- 13/11/2025
Usuários do Gov.br serão avisados sobre vencimento do passaporte
Notificações serão enviadas quando faltar meses para a expiração
- Por REDAÇÃO
- 13/11/2025
Empresários veem com expectativa mudanças no vale-alimentação
Decreto que moderniza o programa foi assinado nesta semana
- Por REDAÇÃO
- 12/11/2025
Conselho do FGTS eleva teto de imóveis do Minha Casa, Minha Vida
Órgão aprovou orçamento de R$ 160,2 bilhões para 2026
- Por REDAÇÃO
- 12/11/2025
Lula assina medida que altera regras para vales-alimentação e refeição
Mais de 22 milhões de pessoas serão beneficiadas com limites em taxas
- Por REDAÇÃO
- 12/11/2025
Dólar fecha abaixo de R$ 5,30 pela primeira vez desde junho de 2024
Bolsa sobe pela 15ª vez seguida e encosta nos 158 mil pontos