Indústrias têm dificuldades para manter produção e vendas caem
O reflexo da Covid-19 tem efeitos drásticos e as medidas são essenciais para que as empresas atravessem o momento com os menores danos possíveis
Desde que a Covid-19 passou a ser uma realidade em Pernambuco, as indústrias passaram a enfrentar uma avalanche de dificuldades e a refazer o planejamento para reduzir os danos dentro dos negócios. Em busca de um panorama vivido por essas empresas neste momento, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), em pesquisa feita em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD DIPER), identificou que 46% das indústrias registraram queda superior a 75% de sua produção e vendas após a chegada do coronavírus.
“Embora importante, o efeito do isolamento tem impactos severos à produtividade, pois, diante da ausência da demanda, as empresas começam a reter os seus estoques, a reduzir a sua produção e, infelizmente, a pensar na redução dos seus quadros como forma de equilibrar as contas”, destacou o presidente do Sistema FIEPE, Ricardo Essinger.
Os empresários destacaram também a necessidade de algumas medidas governamentais para atenuar os estragos causados pelo vírus à economia. Dentre os pontos, destacam-se a redução dos impostos por 77% dos entrevistados, já que as empresas não estão com sua capacidade máxima de produção. Questões como liberação de crédito (75%) e redução de juros (60%) estão entre os questionamentos das empresas, que pediram uma atenção especial, uma vez que precisam cumprir com as obrigatoriedades como pagamentos de salários e fornecedores.
“O excesso de burocracias relativas à documentação, a exigência de garantias elevadas para conseguir o crédito e a necessidade de relacionamento com o banco para obtenção de recursos não dão às pequenas empresas a possibilidade de se soerguerem. Neste momento em que se vive uma crise mundial, a hora é de flexibilizar para não deixar as empresas fecharem”, frisou Essinger.
Por isso, além da liberação de crédito, da redução de juros e da postergação ou diminuição dos impostos para salvar as indústrias do Estado, elas mesmas identificam que precisam fazer a sua parte e investir em novas soluções, como a abertura de novos canais de vendas (66%), novos produtos e serviços de logística (28%) e a implementação de novas tecnologias e treinamento (19%); e formação (17%).
“Os impactos são incalculáveis, pois não sabemos quanto tempo o distanciamento social vai durar. Mas reforçamos a necessidade de um olhar sensível para a atividade produtiva do nosso estado, para os empregos gerados e as políticas de desenvolvimento, claro, tudo em concordância com as ações voltadas para salvar as vidas”, pontuou o presidente do Sistema FIEPE.
Metodologia - Para a pesquisa, 126 indústrias foram entrevistadas, com resultados que podem ultrapassar os 100%, já que os empresários poderiam optar por mais de uma opção nos questionamentos feitos. A maioria das indústrias entrevistadas está na Região Metropolitana do Recife, seguidas pelas regiões Agreste, Sertão e Zona da Mata. As empresas de micro e pequeno porte são a maioria das respondentes, representando, juntas, quase 80% do total das participantes. O período de coleta foi de 19 a 30 de março de 2020.
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 18/04/2024
Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos
Aprovado na Câmara, texto irá à sanção presidencial.
- Por REDAÇÃO
- 18/04/2024
Atividade econômica avançou 0,4% em fevereiro, aponta prévia do PIB
Na comparação com o mesmo mês de 2023, a alta é de 2,59%.
- Por REDAÇÃO
- 17/04/2024
Caixa começa a pagar Bolsa Família de abril
Pagamento em municípios em emergência ou calamidade é unificado.
- Por REDAÇÃO
- 16/04/2024
Mercado mantém otimismo com inflação e economia
Boletim Focus projeta PIB de 1,95% e inflação de 3,71% em 2024.
- Por REDAÇÃO
- 16/04/2024
Inflação de março pesou menos para famílias de renda alta, aponta Ipea
Recuo de passagens aéreas ajudou a frear preços.
- Por REDAÇÃO
- 16/04/2024
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025
Reajuste segue previsão de 3,25% do INPC mais alta de 2,9% do PIB