Falha de bancos em relação a Lojas Americanas é apontada por especialistas

A imposição legal da Lojas Americanas significou fracasso não apenas dentro da empresa. Especialistas em direito comercial acreditam que a brecha, que começou em R$ 20 bilhões e depois chegou a R$ 43 bilhões, poderia ter sido descoberta antes, não fossem as deficiências dos bancos e da auditoria.

Mestre em direito empresarial e cidadania, o advogado Alcides Wilhelm com experiência em reestruturações societárias, fusões e aquisições e direito tributário, afirma que o alto endividamento da empresa indica que a provável fraude contábil já se arrasta há anos, segundo Wilhelm, os problemas contábeis demoraram de 5 a 10 anos para chegar ao valor presente.

Em relação à auditoria, o advogado estranha como numa empresa que tinha lucros elevados, nunca se suspeitou de um elevado volume de empréstimos bancários.

O advogado Renato Scardoa, que comanda o grupo de médios fornecedores das Lojas Americanas e fez parte do grupo que elaborou a nova lei de falências, diz que há um mistério em relação ao caso porque o Grupo Americanas tinha dívidas altas, mas pareciam devidas e estava em aparente equilíbrio do fluxo salarial. Mesmo assim, Renato aponta falhas dos bancos e de órgãos de auditoria e até de controle público.