Embraer fica livre de taxação e defende tarifa zero para setor
Ações da empresa valorizaram mais de 10% após anúncio dos EUA

Foto: Ricardo Beccari/Embraer
A Embraer ficou livre da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Aeronaves, motores, peças e componentes de aviação aparecem na lista de cerca de 700 produtos considerados exceções.
Para a empresa, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, a liberação é o reconhecimento da importância estratégica das atividades da empresa para Brasil e Estados Unidos.
"Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global", afirma a nota da Embraer.
"Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países", complementa.
Na semana passada, a empresa informou que o tarifaço de 50% elevaria o preço de cada avião vendido aos EUA em cerca de R$ 50 milhões, o que acabaria por inviabilizar a venda. Considerando o período até 2030, o impacto poderia chegar a R$ 20 bilhões em tarifas.
Em nota publicada, no início da noite, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil – Amcham Brasil calcula que os 694 produtos excluídos da Ordem Executiva representam US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras no último período apurado (2024).
O valor corresponde a 43,4% do total de US$ 42,3 bilhões exportados pelo Brasil para os EUA, de acordo com a análise da entidade.
Somente o setor de aeronaves vendeu US$ 2 bilhões no ano passado, sendo metade somente em aeronaves leves, principal produto da Embraer. Apenas o setor de combustíveis exporta mais, com US$ 18,4 bilhões em vendas em 2024.
Desde o dia 2 de abril, os produtos da Embraer estão taxados em 10%, o que permanecerá em agosto.
Ações
Com a inclusão de aeronaves na lista de exceções, as ações da Embraer valorizaram 10,93% nesta quarta-feira (30).
Entenda o tarifaço
Na Ordem Executiva, que elevou a tarifa para os produtos brasileiros em 50%, Trump argumenta que o Brasil é uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos EUA, classificação semelhante à adotada contra países considerados hostis a Washington, como Cuba, Venezuela e Irã.
O documento afirma que o Brasil estaria perseguindo, intimidando e censurando "o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores que são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.
Além do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, medidas do governo brasileiro em relação a plataformas digitais e decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foram citadas como justificativas para as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil.
“A perseguição política, por meio de processos forjados, ameaça o desenvolvimento ordenado das instituições políticas, administrativas e econômicas do Brasil, inclusive minando a capacidade do Brasil de realizar uma eleição presidencial livre e justa em 2026. O tratamento dado pelo governo do Brasil ao ex-presidente Bolsonaro também contribui para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos”, diz o texto.
No documento do governo norte-americano, o ministro Alexandre de Moraes é acusado de abusar de sua autoridade judicial “para atingir oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, muitas vezes em coordenação com outras autoridades brasileiras”. Trump acusa o ministro de confiscar passaportes, prender pessoas sem julgamento e impor multas a empresas que não cumpriram “suas exigências ilegais de censura”.
Por Agência Brasil
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE
Trimestre encerrado em julho teve recorde de vagas com carteira
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Mais de 80 mil empregadores deverão regularizar FGTS de domésticas
Empregadores receberão avisos a partir de quarta-feira
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Após reunião com Lula, 99 anuncia R$ 2 bilhões para delivery
Há previsão de crédito para entregador comprar veículo elétrico
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Portos movimentam em julho o maior volume de cargas da história
Em sete meses, movimento atingiu 780,4 milhões de toneladas
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% em 2025
IPCA fica abaixo dos 4,85% estimados na semana passada
- Por REDAÇÃO
- 16/09/2025
Copom inicia reunião nesta terça para definir taxa básica de juros
Expectativa é de que a Selic se mantenha em 15% ao ano