Alta da Selic estava prevista desde o fim do ano passado, diz Haddad
Segundo ministro, Galípolo executou medidas indicadas em dezembro

Foto: José Cruz/ Agência Brasil
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Taxa Selic (juros básicos da economia) de 13,25% para 14,25% ao ano estava prevista desde o fim do ano passado, disse nesta noite o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, cumpriu as medidas que indicou em dezembro.
”Esse aumento [de juros], na verdade, teve um guidance no final do ano passado. Isso que aconteceu. Teve um guidance, o presidente do Banco Central [Gabriel Galípolo] disse em entrevista coletiva que o guidance seria observado”, declarou Haddad ao deixar o ministério.
No jargão do mercado financeiro, guidance representa um indicativo das direções a serem seguidas por uma empresa ou instituição financeira.
Na reunião de dezembro, a última sob a gestão de Roberto Campos Neto, o Banco Central tinha indicado que faria duas elevações de 1 ponto percentual na Selic em janeiro e em março. Esse guidance tinha vindo tanto no comunicado emitido após a reunião do Copom como da ata do encontro, uma semana mais tarde.
Haddad disse que só fará mais comentários sobre a decisão do Copom após ler a ata do comitê, prevista para ser publicada na próxima terça-feira (25). No comunicado emitido após a reunião de hoje, o BC informou que deverá elevar a Selic na reunião de maio, mas em menor ritmo.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destacou o texto.
Críticas
A decisão do Copom provocou críticas dentro do próprio PT. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, escreveu que a decisão trará prejuízos para a economia.
“Essa política monetária é um equívoco com impactos nefastos para a economia brasileira e também para a questão fiscal no nosso país. Cada 1% a mais na taxa básica de juros, temos um aumento de gastos com juros da dívida de algo em torno de R$ 50 bilhões. O mercado defende ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo pressiona por uma política monetária que causa um verdadeiro rombo nas contas públicas”, escreveu o deputado, tradicional crítico dos juros altos.
Por Agência Brasil
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 27/08/2025
Reclamações sobre associações de aposentados passam a ser monitoradas
INSS e Ministério da Justiça assinaram acordo de cooperação
- Por REDAÇÃO
- 26/08/2025
Governo pode prorrogar Brasil Soberano, diz Teixeira
Programa reúne medidas de apoio às empresas exportadoras
- Por REDAÇÃO
- 26/08/2025
Governo anuncia R$ 12 bi de crédito para inovação da indústria 4.0
Ideia é que maquinário das empresas seja atualizado com mais rapidez
- Por REDAÇÃO
- 26/08/2025
Áreas de jazidas do pré-sal serão leiloadas em dezembro
Serão ofertadas ao mercado as parcelas da União
- Por REDAÇÃO
- 25/08/2025
Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,86%
Estimativa para o PIB é 2,18% este ano
- Por REDAÇÃO
- 25/08/2025
CMN remaneja R$ 1,4 bi para crédito de governos locais e Novo PAC
Dinheiro vem de operações sem garantia da União e crédito para PPPs