AGU vai ao STF para reverter derrubada de decreto do IOF
Ação foi solicitada pelo presidente Lula com base em estudo jurídico

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou nesta terça-feira (1º) ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de reverter a derrubada do decreto elaborado pelo governo federal que aumenta alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em coletiva de imprensa, o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada.
Segundo Messias, a conclusão da AGU é que o decreto do governo federal é constitucional, válido e não poderia ter sido objeto de decreto legislativo de sustação.
“A avaliação técnica dos nossos advogados foi de que a medida adotada pelo Congresso acabou por violar o princípio da separação de poderes”, explicou Messias.
"Todo esforço do governo é para que possamos retomar a normalidade institucional".
Entenda
O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio.
A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.
Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.
Entre as medidas propostas no decreto estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Também há a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.
Antes mesmo da derrubada do decreto, o governo editou, no início de junho, uma medida provisória (MP) com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos. A ideia da MP era atender uma pressão do próprio Congresso. A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Congresso da mesma forma.
Por Agência Brasil
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 03/10/2025
Brasil emplaca quase 2 milhões de veículos novos em 2025
Este é o melhor resultado em 6 anos
- Por REDAÇÃO
- 03/10/2025
Economistas e setor produtivo veem avanços com PL da isenção de IR
Medida é apontada como incentivo ao consumo e redução da desigualdade
- Por REDAÇÃO
- 03/10/2025
Gasto de brasileiros com viagens nacionais subiu 11,7% em 2024
Os pesquisadores do IBGE calcularam que, em 2024, o gasto médio de viagem...
- Por REDAÇÃO
- 02/10/2025
Governo bloqueia R$ 1,4 bilhão do orçamento; saúde é a área mais afetada
Com novo contingenciamento, total de recursos bloqueados em 2025 ultrapassa...
- Por REDAÇÃO
- 02/10/2025
Vendas do Dia das Crianças devem crescer 1,1% e movimentar R$ 9,96 bi
CNC aponta juros e inflação como obstáculos para expansão maior
- Por REDAÇÃO
- 02/10/2025
Vendas da indústria de máquinas crescem 10,6% no acumulado do ano
Em agosto, com tarifaço em vigor, vendas recuaram 5,6%