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CNI: queda no preço do gás natural deve aumentar produção industrial
É o que mostra estudo da CNI divulgado nesta quinta-feira
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Foto: André Motta/Petrobras
Por Agência Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aguarda com grande expectativa o aumento da concorrência nos serviços de produção, transporte e distribuição de gás natural. Para a entidade que representa os interesses da indústria, a competição com participação de mais empresas nesses segmentos, além da Petrobras e subsidiárias, vai resultar na diminuição do preço do gás.
Em tese, com o gás natural mais barato, aumenta a possibilidade de consumo de energia para maior produção, o que pode provocar mais investimentos da indústria. “A queda do preço do gás é decisiva para aumentar os investimentos. Se reduzir 50%, teremos R$ 250 bilhões de investimentos em 2030”, estima a economista Juliana Falcão, especialista em energia da CNI.
A diminuição do custo do gás natural é vital, especialmente para as atividades industriais que necessitam de uso intensivo de energia como as que fornecem insumos básicos como siderurgia, alumínio, química, cerâmica, vidro, pelotização para aglutinar as partículas de minério de ferro, papel e celulose. Empresas desses setores consomem 80% do gás natural fornecido no Brasil.
De acordo com o estudo Impactos Econômicos da Competitividade do Gás Natural, lançado nesta quinta-feira (25) pela CNI, por causa do preço do gás no Brasil empresas nacionais perdem capacidade de disputar mercado, inclusive internamente.
Na comparação feita pelo Ministério de Minas e Energia, no lançamento do programa Novo Mercado de Gás, no ano passado, o custo do fornecimento do produto no país era de US$ 10,4 por milhão de BTU (British Thermal Unit) - unidade usada para medir a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura – enquanto na Argentina o valor era de US$ 4,6 e nos Estados Unidos, US$ 3,13.
Por causa do preço do gás “há empresas que pararam de produzir e começaram a importar”, diz Juliana Falcão. “Um exemplo são os fertilizantes. Setenta por cento usados no Brasil já são importados. As empresas, devido ao custo da energia, em vez de fabricar, compram o produto pronto ou terceirizam a fabricação do insumo”, relata a especialista.
O estudo da CNI, que indica “um processo de rápida deterioração da competitividade internacional a partir de 2007”, guarda esperanças dos industriais alimentadas pelo previsto crescimento da oferta de gás oriundo da exploração do pré-sal, pelo estabelecimento de um marco legal em discussão no Congresso Nacional e pela decisão do governo federal de criar o programa Novo Mercado de Gás no Brasil, conforme anúncio feito em 2019.
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